terça-feira, 29 de setembro de 2015

Exército apura vazamento de dados de transgênera

Adolescente teve Certificado de Alistamento e fotos divulgados na internet.
Exército abriu Inquérito Policial Militar, mas autores ainda não foram identificados.

O Exército Brasileiro informou, nesta terça-feira (29), que instaurou Inqúerito Policial Militar (IPM) para apurar e punir os responsáveis pelo vazamento da ficha de alistamento militar da adolescente transgênera Marianna Lively, 18 anos, na quarta-feira (23), em Osasco, na Grande São Paulo.
A jovem não usa o nome de registro desde os 15 anos e pediu à reportagem do G1 que fosse identificada pelo nome acima.
Após a divulgação das imagens e do endereço e telefones, Marianna disse que começou a receber inúmeras ligações, ora com elogios, ora com ofensas. "Cheguei para me alistar às 7h e saí às 7h30. Foi tudo rápido e fui embora sem ter sofrido preconceito algum. Mas quando chegou perto das 14h comecei a receber ligações de pessoas me procurando pelo meu nome de registro", disse ela.
A corporação divulgou, em nota, que"não discrimina qualquer pessoa em razão da raça, credo, orientação sexual ou outro parâmetro. O respeito ao indivíduo e à dignidade da pessoa humana, em todos os níveis, é condição imprescindível ao bom relacionamento de seus integrantes com a sociedade."
Ainda de a cordo com o Exército, a corporação "tem conhecimento do fato que envolveu a divulgação, sem autorização, das informações da pessoa em questão, durante o processo do Serviço Militar Obrigatório e já instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer o ocorrido e os envolvidos serão responsabilizados por suas ações, dentro do que prescreve a legislação vigente". Um Boletim de Ocorrência foi registrado na sexta-feira (25).
A advogada Patricia Gorisch, presidente da Comissão Nacional de Direito Homoafetivo do Instituto Brasileiro de Direito de Família, está acompanhando o caso da adolescente. "Ela foi fazer algo que é obrigatório, constrangedor por ser em um quartel, cumprir com o dever cívico dela, jurar a bandeira e logo depois que saiu do ambiente militar, começou a receber as mensagens. Isso é transfobia."
Patricia informou que vai formalizar o registro do caso no Exército Brasileiro nesta terça-feira (29) para que sejam apurados os crimes em termos militares.
O Exército Brasileiro disse a reportagem do G1 que "não compactua com este tipo de procedimento e empenha-se, rigorosamente, para que eventuais desvios de conduta, sejam corrigidos, imediatamente, dentro dos limites da lei. O autor das fotos e o responsável pela divulgação das imagens e dos dados pessoais da jovem ainda não foram identificados."
A matéria completa está disponível Aqui.
G1/Blog do Capitão

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